Se formos nos ater ao sentido da palavra oligarquia podemos defini-la como governo de um pequeno grupo pertencente seja a uma classe, família ou partido que predomina na direção dos negócios públicos. Vale lembrar que o famoso filósofo grego Aristóteles já considerava a oligarquia como uma forma má de governo, por considerá-la um “governo de poucos” que governam para os ricos visando satisfazer interesses privados, constrangendo os pobres. Infelizmente, ainda hoje o predomínio de pequenos grupos a frente do poder politico é muito comum no Brasil, principalmente em cidades do interior em que determinadas famílias bem conhecidas dominam os cargos públicos do Estado. Sobral perdeu uma boa oportunidade de mudar sua história, mostrando para grupos que ainda acreditam que a cidade será sempre o seu curral eleitoral, que quando o povo quer “a casa cai”.
Se fossemos escolher uma palavra-chave para definir democracia essa palavra seria rotatividade, rotatividade que representa mudança dos dirigentes do governo, fazendo valer a força da população em eleger e tirar do poder políticos que não correspondem aos anseios da sociedade. Quando escutamos cidadãos que desavergonhadamente abrem a boca para declarar que vendeu se voto para determinado candidato, pois “não voto em que não me deu nada”, devemos lembrá-los que serão essas mesmas pessoas que irão sofrer com a falta de atendimento médico nos postos de saúde, que não terão uma escola pública de qualidade para seus filhos, bem como serão atingidos pelo desemprego e pela violência que eles próprios ajudaram a gerar. Como diria o poeta alemão Bertold Brecht esse analfabeto politico é tão burro que não tem a compreensão de que a política interfere diretamente na sua vida cotidiana, determinando inclusive suas próprias condições de sobrevivência, no custo de vida, no preço do pão, do aluguel, do sapato, do remédio. É fácil reclamar dos corruptos, o difícil é fazermos a nossa parte. MUDA SOBRAL.
RENATA SOBRAL
